quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

O gato (aurora lunar)



A lua vigorosa e fumegante
Ardia em seu crepúsculo dourado
Laçando por entre feixes bem amarrados,
Na alta floresta de puros eucaliptos, luzes cintilantes

Vivendo tudo aquilo, as luzes e o crepúsculo
Esgueirava-se pela floresta
um gato tão pardo quanto a noite

Noite e gato fizeram-se um só
Negros como um poço sem fim,
Ou insólito como um campo espacial

Exceto pelos olhos do gato
Que gritavam na escuridão, fumegantes como a lua
Naquela noite houve três luas,
Duas, eram tangíveis

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