Estar só não é nenhuma novidade. Viver em comunidade, família, amigos e ter uma conturbada agenda social não lhe põe no patamar de pessoa não só – porque não há uma palavra para isso, mas uma imagem. Estar sufocado disso é mais uma forma de isolamento.
Entretanto, estar só do outro lado do globo é uma questão além das já vomitadas propositivas. Estar só num clima oposto ao que sempre viveu e numa língua que se perde entre os dentes, numa cultura que nada se parece com a de origem, aí é outro tipo de solidão. É solidão só – sem família e amigos e as chatices de todos os dias. É estar só e aberto para novos amigos e família e chatices.
Os amigos serão igualmente chatos, mas necessários; os eventos saltando da agenda serão os mesmos, pelo menos até se tornarem comuns. E o novo novo será mudar de ares e viajar para um lugar que ao invés de enrolar a língua nos dentes, se engasgue com palavras de sons guturais.
A partir daí, o novo se tornará velho e o ciclo continuará dançando seus movimentos bamboleantes.
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