domingo, 2 de março de 2008

Vitamina C


















Tempo fazia que ele andava com o coração nas mãos, a vagar de um lado para o outro a procurar por alguma coisa, algo que lhe fizesse enfim sublimar toda aquela condensação de dores remotas... dores que não lhe cansavam de atormentar os sentidos. Saiu de casa naquele dia sem grandes propósitos, encontrar amigos e sorrir eram os traçados planos. E menos ou mais os fatos assim aconteceram. Abraços mornos, líquidos sorridentes... ah! e a lua? Que ele nem poderia saber como viria iluminá-lo.

A realidade lhe parecia suspensa por algum tipo de bondade da vida, ela lhe sorria incansavelmente... mas, já havia a duvida de quem estava sorrindo pra quem. Os pés lhe davam a incrível sensação de flutuar loucamente sobre a sua própria vida: agente e platéia dela em um só instante. Seu coração encontrara, enfim, um momento de suspensão, de calmaria... e como ele poderia estar ali para todo o sempre. Fazer morada, juntar gravetos, reabilitar seu organismo.

O mundo naqueles instantes não passava de um algodão doce: uma lembrança morna da infância. Um sorriso roubado, escancarado em algum palco medíocre de circo, uma tabuada executada com perfeição, e até mesmo aquela dor sentida após a queda... mas aquela era uma queda lúdica. As cicatrizes hoje em seus joelhos são motivos de orgulho e não de paranóia.

Ele podia em qualquer lugar estar, mas o universo fez com que ali estivesse. E a sensação era de satisfação, uma vez que mesmo estando na terra, consegui submergir, adentrar na bolha desordenada e inebriante da felicidade. Por que não alguém para dividir esse pulsar? Um segundo corpo onde o sopro dessas palavras pudessem também fazer morada?

Ele fulgurava em tons de amarelo e encarnado diante da luz lunar e escondia um segredo no seu cenho e curvas risonhas de canto de boca. Fazia movimentos rápidos e curtos como se quisesse libertar algumas concordâncias, mas parava na levitação de nossos pés. E eu sustentava isso derramando doce da boca, lacrimejando caramelo e pincelando com as pálpebras, num movimento longo e lento – como se para concordar com os curtos e rápidos dele.

Fomos embora com a certeza de que outros dias viriam para sustentar tais momentos indeléveis. Como se registrássemos para uma fotografia que seria guardada num álbum de boas fotos, que puiriam com o tempo e formariam manchas amareladas e expressivas. Beberíamos dias de por vir, novos líquidos sorridentes entre amigos. Despropositadamente: num dia de domingo, num chá, num filme antigo, numa praça, num novo encontro, ao telefone ou por carta, num café e talvez muito por acaso ou não por acaso teríamos um momento revival, de transcendência mútua. Mesmo com os constrangimentos. Ele falaria do conforto de estar entre meus abraços duradouros e de minha fragilidade contra o mundo. E eu cairia num tempo sem medidas de permutas filosóficas. Falaríamos sobre o tempo e de como não ser absoluto, de como as noites despertavam e os dias nunca nasciam iguais. Sobre a cor azul e suas demasiadas formas interpretativas. E como isso estaria eternizado! Como fazer morada disso? Ele ia se despedir logo depois de um conhecido silêncio e voltaria de novo com seu segredo secreto. E num movimento de cadeia, os tempos formariam ciclos por através de vários momentos. Os ponteiros girariam grandes e volumosos círculos, entre vários ciclos, entre várias outras luas e até mesmo obscurecidos pelas nuvens pesadas e azul-acinzentadas de um dia de chuva, ou sob um sol de domingo. E eu me atrasaria nesse tempo enquanto ele se perdia entre passado e futuro, já que não conseguia coordenar o presente. E vagava em divagações... vagava entre ondas gorgolejantes de sofrimento e de não anunciação. Marés carregariam consigo o encanto das formações dos desenhos da areia, e das pedras, e da espuma que secava com o vento ‘briseiro’ de cada manhã litorânea.

(Pedro Carvalho e Daline Lucena. Ou seria Daline Lucena e Pedro Carvalho?)

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Tinteiro

Desemperra essa mão
Abre teu peito numa folha
E a tinta? Derrama!

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Temente Orfeu











Temente Orfeu, sobressalta-te

Às escadas do passado

Lambidas frouxas

De azuis e amarelos e lilases


Vacilante Orfeu, sobressalta-te

À ladeira, sobe-a frouxa

Desvenda suas matizes


Temente Orfeu, não olhas pra trás

Enxerga sem vê!

domingo, 29 de julho de 2007

Sintaxe, morfologia e mais dessas coisas

O teclado aqui é muito diferente, e também a pressa. Entao, depois consertamos os textos. E desculpem pelos inumeros erros. Mas já valem as imagens, nao?

Por la razon o por la fuerza




Essa frase consta nas moedas de 100 pesos e sintetiza bem o espirito do povo chileno. Por la razon, pois acredito que em termos de conhecimento, cultura e historia eles sao invejaveis, a cidade transborda esses elementos, em toda praca existe um monumento historico, e em todo lugar tem uma praça, aquí eles possuem um costume muito bonito de, em todo monumento existe um poema, aquí ate as pichaçoes sao poemas, em Vina del Mar tinha uma assim : “Leia Marx”. Em Valparaíso em uma rua em cada casa tinha um azulejo com poemas de Lorca, sem falar na casa de Neruda, “La Sebastiana”.O metro é algo de outro mundo, tem exposiçoes em todas as estaçoes, cuadros feitos por crianças, por adultos, exposicoes tematicas e etc., sem contar pequenas bibliotecas, o otimo habito do chileno de ler, nao é difícil pessoas com livrs na mao. Outro dia ao pagarmos a conta no bar, ja as 02:00 am, o atendente nos deu um jornal, apenas cortesía chilena. Por la fuerza, a forca está em homenagear seus herois a todo momento, seja em praça, em ruas, em bares, a todo momento eles demostram a forca que tiveram para se libertar, e a força que possuem para manter esse pais engrenado e ajustado ao longo doas anos, mesmo com uma forte ditadura. Eu ainda estou pensando, mas eu acho, em minhas teorias, que é por isso que eles possuem dois prêmios nobel de literatura, Pablo Neruda (1971) e Gabriela Mistral (1945)

Sergio magno

Concha y Toro














Prologo:
Como diria a famosa Suely Sobral: afinal de contas ninguém tem a obrigacao de ser simples.

CapI
muito bom

CapII
muito bom

Cap III
de fuder

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Nada melhor do que provar um dos melhores sabores do mundo direto da fonte. Conhecer os vinhedos, a forma de fabricacao, maturacao, pegar nos barris, sentir o chao de onde veio a uva do liquido sagrado.

Um tour incrivel pela terceira maior vinicola do mundo. Provar do seu vinho mais caro e ultra-saboroso. Uma experiencia memoravel.

Para todos voces, um gostinho de Carmenere, Cabernet y Saivignon...

sábado, 28 de julho de 2007

Nota (in)util: adolescentes no Chile

Pelo menos por onde passamos tudo que era adolescente se dividiam em tres camadas, classes, tipos, generos ou seja la o que for.

Sao assim, setorizados. Os emos, os indies e os goticos. Tudo o que se ve na rua sao esses tres tipos de adolescentes. E raridade se encontrar um que fuja a isso.